‘Currículo europeu’: dicas, informações e passo a passo para montar o seu

‘Currículo europeu’: dicas, informações e passo a passo para montar o seu

Colaborador E-Dublin

11 meses atrás

Se destaque no LinkedIn!

Curso completo pra te ensinar a atrair recrutadores e conseguir um emprego

Quem quer trabalhar na Europa precisa ter um “currículo europeu”. O padrão no continente é mais limpo e organizado, com informações pontuais como nacionalidade, idiomas que o profissional é fluente, além da experiência profissional no exterior.

Também é bem importante, principalmente para brasileiros, colocar o tipo de visto aprovado, bem ao lado onde está informada a nacionalidade, por exemplo: “Brazilian – Stamp 4” ou “Brazilian – Italian Citizenship/European passport”.

Tais dados são fundamentais, pois as empresas sabem que muitos candidatos são estrangeiros, têm uma vivência como imigrantes e buscam justamente pessoas com bagagem cultural diferenciada.

Esses são apenas alguns dos exemplos para ter um bom “currículo europeu”. Mas é claro que existem muito mais informações que devem constar no seu CV com padrão que se encaixa na maioria dos países da Europa.

Neste artigo, mostramos mais alguns detalhe para você poder formatar o seu. Acompanhe!

Leia também: Como trabalhar na Irlanda: regras, vistos e profissões para brasileiros

Como fazer um currículo no ‘padrão europeu’?

Informações como nacionalidade, idiomas e experiência profissional no exterior são fundamentais.© One Photo | Dreamstime.com

Informações como nacionalidade, idiomas e experiência profissional no exterior são fundamentais.© One Photo | Dreamstime.com

A maioria dos europeus utiliza a plataforma Europass para criar o próprio currículo, pois o site ajuda a criar o seu resumo profissional por competência, o que acaba sendo mais prático. Como Portugal faz parte da Europa, há também uma versão portuguesa desse website. Entretanto, se você busca uma vaga de emprego num país cuja língua oficial seja a inglesa, opte pela versão em inglês.

Muito cuidado com brasileiros que cobram para ajudar nessa missão, pois muitas vezes eles têm experiência apenas no Brasil e não são realmente fluentes em inglês.

Sempre procure ajuda de profissionais na área de recrutamento aqui em Dublin, pois eles estão familiarizados com os títulos de cada tipo de vaga e também conhecem melhor o vocabulário que deverá ser utilizado.

A agência de recrutamento chamada CPL possui um programa para estrangeiros, no qual eles ajudam a fazer o “currículo europeu” em inglês, assim como auxiliam na preparação para uma entrevista.

Compare os valores de seguro-viagem para viajar com traquilidade.

Por onde começo a montar meu ‘currículo europeu’?

O recrutador tem seis segundos aproximadamente para avaliar seu CV.© BiancoBlue | Dreamstime.com

O recrutador tem seis segundos aproximadamente para avaliar seu CV.© BiancoBlue | Dreamstime.com

São tantas exigências, mas nada de encher linguiça, vá direto ao ponto no CV. É assim que as empresas preferem, pois os recrutadores tem pouco tempo para fazer esta avaliação. Tenha palavras chaves e seja conciso nas ideias.

Sumário

O sumário, conhecido como cabeçalho do currículo,  é de extrema importância, podemos dizer que ele é a porta de entrada para a empresa te contratar. Ele é meio chatinho de se fazer, mas vamos ao ponto. Seja objetivo na informação, insira elementos  palpáveis e mensuráveis, pontue a sua situação, coisas como ter acabado de chegar no país ou ter concluído uma nova qualificação recentemente.

Sabe quantos segundos seu CV será avaliado? Seis segundos aproximadamente. Então seja enfático, objetivo e tenha clareza. São segundos cruciais, que vão fazer a diferença no seu futuro profissional.

  1. Antes mesmo de começar a digitar, tenha claro com quem você pretende se comunicar. Qual é a empresa, quais seus valores?
  2. O que você quer comunicar nessas quatro linhas?
  3. Que impressão você quer causar?

Os recrutadores simplesmente amam ler um CV onde as ideias estão listadas e estruturadas. Então, mão na massa e não economize tempo.

Leia também: Como é trabalhar e estudar na Irlanda?

Chegou a hora de comprar as passagens aéreas? Encontre as opções mais baratas!

Cuidado com os erros: o que não fazer no seu CV

Saiba como não se sabotar ao montar o seu ‘currículo europeu’ para trabalhar na Irlanda. © Tero Vesalainen | Dreamstime.com

As empresas recrutadoras ou estabelecimentos que estão contratando mão de obra recebem diariamente dezenas de currículos. Muitos deles são descartados diretamente por não apresentarem nada atrativo ou erros que o tornam incompreensíveis, além de causarem uma má impressão. Fique atento para não cair nessa cilada:

1. Erro de inglês ou tradução literal

Muitos intercambistas recém chegados que ainda não dominam a língua nativa acabam caindo na tentação de usar os instrumentos de tradução online e confiando cegamente nos mesmos. Fica nítido quando um texto foi “copiado e colado” nesses aplicativos e quando o candidato não se esforçou ou ao menos desconfiou da coerência da tradução.

Algumas frases perdem totalmente o sentido, outras ficam “fracas” por não conseguirem transmitir exatamente o que o candidato quis dizer. Vamos exemplificar com casos comuns tirados de currículos de brasileiros aqui na Irlanda:

X Ensuring high degree of customer care.

Observação: Não se diz high degree em prestação de serviço.

X Providing good customer service.

Observação: Nessa frase, falta uma abordagem mais profissional. A melhor forma de expressar a ideia seria: Providing an outstanding customer support to over 100 customers in a daily basis within the hospitality industry. Dessa forma o recrutador consegue mensurar o volume de trabalho e experiência do candidato.

Leia mais: Existe emprego para brasileiro na Irlanda?

Para trabalhar no exterior, uma dica essencial é fazer a tradução do diploma e histórico escolar, além de outros documentos importantes!

2. Diploma x Bacharel

Esse é um erro muito cultural. No Brasil estamos acostumados a descrever nossa graduação no currículo escrevendo “Diploma em…” ou “Diplomado em…”. No “currículo europeu”, quando você usa o termo diploma eles entendem que você fez um curso de apenas um ou dois anos de duração, como um curso técnico, por exemplo.

Se esse não for o seu caso e sua intenção é destacar a sua graduação em uma universidade (4 a 5 anos de duração), a forma correta de descrever no CV europeu seria “Honor Bachelor Degree”. Na Irlanda, as certificações de nível superior funcionam de uma forma um pouco diferente, por levels (níveis).

Entenda o que cada um significa para não cometer erros e ser mal interpretado no seu currículo:

  • NFQ Level 7 Ordinary Bachelor Degree: Bacharelado
  • NFQ Level 8 Higher Diploma: Diploma superior
  • NFQ Level 9 Postgraduate Diploma (Pós graduação) / Masters Degree: Mestrado
  • NFQ Level 10 Doctoral Degree: Doutorado

3. Nome do cargo ou posição

Muitas vezes o cargo que um candidato ocupava no Brasil, ao traduzir literalmente, perde a força no currículo europeu. Isso porque eles recebem outra nomenclatura por aqui e a falta de informação pode fazer com que seu perfil se torne desvalorizado.

No mercado de trabalho irlandês existem alguns títulos básicos que os recrutadores usam como palavra chave na hora de fazer a procura de currículos em sites e plataformas, o chamado “sourcing”.

Um exemplo simples: Se o candidato escreve “waiter” em vez de “customer service” o perfil dele vai deixar de aparecer na busca desses recrutadores. Os sites mais usados são o Jobs.ie, o Indeed e o Monster e eles filtram os currículos pelas keywords que neles constam. O uso de termos como “customer support”, “account manager” e “SEO” são necessários para que seu perfil não caia no esquecimento e deixe se ser encontrado.

Pesquise nas plataformas perfis de pessoas que fazem um trabalho parecido com o seu e aprenda o termos e nomenclaturas utilizadas no país para onde você está aplicando para uma vaga. Muitas vezes você é exatamente o profissional que uma empresa está buscando, mas ela nunca vai saber se você não souber mostrar isso.

4. Não explicar espaços vazios no CV

Na Europa as empresas querem entender o porquê de um candidato ter ficado um período sem ter trabalhado. Se você teve um intervalo de 5 meses, por exemplo, entre um trabalho e outro, é importante explicar o motivo. Deixar esse “gap” é um ponto negativo que desvaloriza o perfil.

Se você fez trabalhos freelancer ou realizou alguns curso de especialização durante esse período, deixe claro na hora de montar a linha do tempo no seu CV. Se você fez intercâmbio, por exemplo, e ficou 1 ano afastado do mercado de trabalho, uma boa forma de expressar isso no seu “currículo europeu” é da seguinte maneira:

April 2018 – April 2019: Gap year living abroad in Ireland learning english in a full time English Course.

Saiba como enviar dinheiro do Brasil para o exterior ou o inverso. É fácil, rápido e sem burocracia!

Hobbies/Voluntariado

O trabalho voluntário não só entra no ‘currículo europeu’, mas como é muito bem visto.  © Igor Stevanovic | Dreamstime.com

Hobbies/voluntariado é um item importante a ser colocado no “currículo europeu”. No Brasil dificilmente se coloca, mas na Europa é de extrema importância mencionar. Grandes empresas amam saber que você correu uma maratona em prol de uma Organização não Governamental (ONG) ou que é faixa preta em judô. Empresas desse porte levam muito em consideração a personalidade do candidato, pois eles sempre querem uma pessoa que tenha chances de se dar bem com os colegas, pois o objetivo maior é ter times entrosados, que contribuam com o funcionamento da empresa.

A Google ama candidatos que fizeram parte do grêmio estudantil ou outras organizações do gênero. Já a empresa Adroll adora candidatos que são extrovertidos e que possuem interesse na área de Marketing. Portanto, se você tem blog ou sua própria pagina na web, trate de indicar em seu CV.

Criação do currículo a partir do job description

Adicione informações no seu currículo a partir da oportunidade que você quer conseguir.© Edgars Sermulis | Dreamstime.com

Adicione informações no seu currículo a partir da oportunidade que você quer conseguir.© Edgars Sermulis | Dreamstime.com

Nunca se esqueça de adicionar informações no seu currículo a partir da oportunidade que você quer conseguir. Se você está tentando uma oportunidade como vendedor, em inglês, sales assistant, precisa inserir suas experiências na função. Também é importante dizer se o lugar no qual trabalhava era movimentado ou não.

Se trabalhou com atendimento ao cliente, em inglês, customer service, é importante dizer quantas ligações atendia por hora, qual tipo de suporte fornecia, etc. Compensa muito colocar frases e palavras-chave da descrição do emprego em seu CV, pois os consultores de recrutamento procuram seu currículo por elas, ou seja, colocando-as, você terá mais chance de ser “achado”.

toplanguagejobs.co.uk disponibiliza empregos em toda a Europa e é o mais usado por agências de recrutamento, que costumam postar as vagas de emprego por lá. A utilização do site é gratuita.

Antes de começar o seu intercâmbio no exterior, que tal começar dar um “up” no seu inglês? Saiba mais aqui!

Achievements

Aqui no mercado irlandês as empresas gostam de ver seus achievements em cada vaga que trabalhou. No final de suas skills, não deixe de mencionar uma promoção, se ganhou algum prêmio, se foi selecionado para representar a empresa em algum evento e também quantas vezes atingiu ou ultrapassou seu target.

Não se esqueça, também, de expressar a sua personalidade, destacando sempre seus pontos positivos como profissional, seus valores e motivações. Se você passou um tempo viajando fazendo intercâmbio, por exemplo, é uma boa forma de destacar suas vivências culturais e aprendizados com a experiência.

Expressões como “motivated self-start”, “able to spark interest and take initiative”, “strong work ethic and an appreciation for creative collaboration” são muito bem vistas pelos

Carta de apresentação

A carta de apresentação é para o recrutador conhecer melhor o candidato.  É aquele famoso MARKETING PESSOAL, no qual vai dizer resumidamente quem é você, com algumas qualidades, experiências e o que pode fazer de diferente.  Para algumas empresa, esta apresentação não tem relevância no Brasil, mas para outras é decisiva na contratação, na Europa fazer uma carta de apresentação é essencial na procura por emprego no país. Entre suas funcionalidades, além de complementar o currículo, ajuda o recrutador selecionar melhor o candidato.

Uma boa carta de apresentação vai ajudá-lo a vender os seus pontos fortes, de forma a agarrar a atenção do potencial recrutador, aumentando de forma drástica as suas hipóteses de ser selecionado.

Aproveite também para demonstrar interesse na organização à qual está se candidatando. Procure demonstrar ao recrutador o que o motiva a candidatar-se à vaga em questão e quais as suas motivações. Um candidato motivado e entusiasmado vai, certamente, captar a atenção.

Outro fator importante é deixá-la básica e sem muitas especificações, pois, às vezes, empresas têm diferentes vagas para as quais você poderia aplicar e, só pelo fato de você ter colocado o nome daquela vaga específica, as suas chances são diminuídas. O ideal é sempre inserir o interesse na área e não na posição.

Dicas para a carta de apresentação:

  • Seja breve na apresentação, para não perder o foco;
  • Não escrever nada de negativo;
  • Coloque suas habilidades e projetos, para mostrar sua iniciativa;
  • Trabalhos voluntários;

Se foi indicado por alguém na vaga, mencionar no começo dela, “conforme indicação do fulano de tal.” Ah! Outra dica: Uma boa forma de começar a sua cover letter é escrevendo “To whom it may concern”, pois você nunca sabe quem vai ler o arquivo e dessa forma você não comete um erro de direcionamento.

Atenção: não fique sem comunicação na hora de viajar para o exterior. Garanta o chip de celular para o destino escolhido antes de sair do Brasil.

Aumente suas chances de contratação

Cuidado com os erros em inglês na hora de fazer o currículo. © One Photo | Dreamstime.com

Cuidado com os erros em inglês na hora de fazer o ‘currículo europeu’. © One Photo | Dreamstime.com

Fazer um “currículo europeu” é algo desafiador, isso é verdade! são tantos cuidados a serem tomados. Então é melhor tomar nota de tudo, pois um simples erro, é capaz de te deixar desempregado por meses ou até anos. Sabe aquela tradução feita online, que você copia e cola, pois é..você acha que não, mas fica nítido quando a tradução foi realizada no Google, ao menos, ter o cuidado de se certificar se o resultado é coerente com o que se pretendia expor.

Outro cuidado essencial no CV, é ver como é que escreve a profissão que você tinha no Brasil, pois poderá mudar muito quando comparamos ao mercado europeu. A nacionalidade é algo que tem que ser priorizado, pois muitas empresas na Irlanda prestam serviços exclusivamente para alguns países, inclusive o Brasil, o que significa dizer que ser um nativo do país aumenta as chances de ser contratado. Portanto, nunca se esqueça de incluir sua nacionalidade logo no início do CV, na parte superior.

LinkedIn: como montar o perfil perfeito

O LinkedIn é uma ferramenta essencial para ser visto por recrutadores não só na Irlanda, mas em toda Europa. Muitas vezes o profissional brasileiro chega na Ilha sem nem ter um perfil na rede social, isso porque o processo de recrutamento brasileiro é um pouco diferente do estilo europeu.

Para se ter uma ideia, atualmente, algumas empresas usam mais o LinkedIn do que sites de empregos. Isso ocorre por diversas razões, por exemplo, o fato de essa rede apresentar os melhores perfis de trabalhadores.

Na hora de montar o seu perfil, use o título de sua página para difundir seu trabalho ideal, não precisa ser um cargo. Você pode dizer que está à procura de novas oportunidades: “Looking for opportunities in Dublin”. Estudantes também podem promover como uma manchete do que querem fazer após a graduação: “XYZ Univeristy student & aspiring public relations associate”.

Tenha em mente que o LinkedIn é mais do que um CV. Portanto, você pode contar sua história e ser criativo. É importante ser ativo na plataforma, criando conexões e produzindo conteúdo relevante para não ser apenas “mais um”. Não se esqueça de colocar por que você está na Europa e quais são suas expectativas e conquistas aqui. Exemplo:

“I relocated to Ireland in 2018 to improve my Business English and I am actively looking for opportunities within the Customer Service field”.

Use palavras-chaves e frases que recrutadores podem usar para achar seu perfil. Aquela parte lá em baixo no seu perfil chamada “Skills & Endorsements” (Competências e recomendações) pode ajudar a ter uma melhor ideia de keywords.

Também peça para que seu ex-gerente ou um professor escrevam uma recomendação sua pelo LinkedIn. Solicite que eles coloquem qualidades e skills específicos para seus goals.

Dê uma olhada no perfil de irlandeses que fazem o mesmo trabalho que você. Com certeza, poderá se inspirar e usar algumas frases em inglês que estão perfeitamente escritas. Também peça conselhos para algum amigo, chefe ou pessoas que já estão inseridas no mercado de trabalho de seu interesse. Pergunte para outros se eles entendem quais são seus objetivos vendo seu perfil ou se está muito vago.

Onde procurar emprego na Irlanda?

Saiba como e onde procurar um emprego aqui na Irlanda.  © Andrey Popov | Dreamstime.com

Depois de montar o seu “currículo europeu” vem a dúvida: qual o melhor método para procurar emprego na Irlanda. Vale entregar currículos pessoalmente em estabelecimentos com ou sem anúncios de vagas, criar o próprio Networking, disponibilizar-se para um trabalho voluntário ou se candidatar a estágios não remunerados, uma vez que estes dois últimos agregam bastante valor ao currículo do candidato.

Outra possibilidade é buscar as ofertas no próprio site das empresas ou em sites de recrutamento. Os mais utilizados na Ilha, são:

A dica é explorar bastantes os sites e conhecer as empresas para onde você está aplicando para aumentar as suas chances. Os processos seletivos na Irlanda costumam ser longos e em várias etapas. Se prepare bem!

Empregos sem qualificação

Um médico, advogado ou publicitário que decidiu fazer intercâmbio para aprender inglês do zero ou desenvolver as habilidades previamente adquiridas, certamente, não poderá exercer as suas qualificações no país de acolhida, justamente pela falta de fluência. A competição com os nativos é acirrada e não há tanto espaço para quem não domina totalmente o idioma.

Esse profissional precisará, portanto, recorrer a um trabalho inferior ao que está qualificado a exercer, se quiser ter um dindim extra para pagar as contas que, diga-se de passagem, não são nada baixas na Europa.

Com a autorização de trabalho de apenas 20h semanais, as possibilidades de esse profissional conseguir um trabalho na área são mais limitadas, já que os empregadores procuram profissionais que possam trabalhar full-time.

Ajudante de cozinha, camareira, babá, faxineiro e entregador de comida são algumas das funções comuns e necessárias não só na Irlanda, mas em qualquer lugar do mundo. Devemos reforçar que assumir esses cargos não é motivo para se sentir inferiorizado e, além disso, o salário mínimo na Irlanda é um dos mais altos da Europa (10,10 euros pagos por hora, dados de 2020). Conheça um pouco mais sobre eles:

Cleaner

Cleaner ou faxineiro é um dos trabalhos mais comuns entre os estrangeiros intercambistas em Dublin. © Oleg Dudko | Dreamstime.com.

Esse é o trabalho de faxineiro ou diarista no Brasil. Um dos mais populares entre os estudantes de línguas na Irlanda, principalmente por aqueles que ainda possuem um nível bem básico de inglês. Querendo ou não, é com ele que grande parte dos intercambistas se vira até conseguir um trabalho mais estável.

É informal, não requer qualquer tipo de recolhimento de taxas por parte do governo e, em alguns casos, os clientes pagam além do salário mínimo. A hora pode chegar até 14 euros e, além disso, você ainda faz o seu próprio horário, sem depender de escalas.

Uma boa forma de encontrar empregos de cleaner é nos grupos de brasileiros no Facebook, onde muitas vezes os próprios brasileiros repassam jobs e procuram outras pessoas para cobrir.

Além disso, alguns aplicativos como o Helpling te ajudam a encontrar trabalhos como faxineiro aqui na Irlanda. Você monta o seu perfil no app, fornece os seus dados e preferências e os clientes entram em contato com você. A partir daí você pode até conquistar clientes fixos e montar sua própria escala.

Kitchen Porter

O Kitchen Porter, conhecido como KP, é um dos trabalhos mais importantes na cozinha e extremamente popular entre intercambistas em Dublin. © Wavebreakmedia Ltd | Dreamstime.com

Os brasileiros que chegam à Irlanda para o intercâmbio logo descobrem a função do famoso “KP”, uma atividade que envolve prioritariamente a lavagem de louças em restaurantes — um trabalho pesado e que, geralmente, envolve a utilização de uma máquina industrial de grande porte. Por conta disso, é muito comum ver os anúncios de vaga para kitchen porter serem direcionados apenas para homens, devido a demanda física do trabalho.

A boa notícia é que, depois dessa experiência trabalhando na cozinha, muitos brasileiros desenvolvem interesse em cozinhar e, inclusive, acabam se tornando chefs de cozinha e descolando até um visto de trabalho. Escuta só esse e-dublincast onde falamos sobre a profissão de chef de cozinha na Irlanda:

Babá

AuPair, atividade muito popular nos Estados Unidos, não é uma profissão reconhecida aqui. Para quem não conhece o termo, AuPair é a babá que mora na casa da família. Aqui na Irlanda, não é possível se inscrever em algum programa e contar com o apoio de uma agência caso algo dê errado. Por esse motivo, não existem regras.

As famílias, no entanto, parecem preferir meninas que tenham entre 20 e 30 anos. A maioria não exige experiência anterior, a não ser no caso de recém-nascidos, e nem algum tipo de documentação/certificação especial (enfermagem, por exemplo). A carteira de habilitação também não é obrigatória, mas pode ser diferencial, pois alguns deles pedem pra você buscar as crianças na escola, por exemplo.

Muita gente trabalha como aupair durante o intercâmbio para ajudar nos custos do mês. No entanto, é necessário ter em mente algumas coisas para não se frustrar na hora de trabalhar como babá na Irlanda. Afinal, por não ser uma profissão regulamentada, a babá pode ser “obrigada” a realizar outras atividades na casa da família, como faxina. Outros problemas envolvem os baixos salários, falta de privacidade para as meninas que moram na casa da família e, até, assédio.

Por outro lado, muitas jovens estrangeiras trabalham como babá aqui na Ilha, sem morar na casa da família, apenas buscando na escola, levando para as atividades extra-curriculares, fazendo o almoço ou o lanche das crianças e as entretendo até os pais chegarem do trabalho. Elas são chamadas childminders. Além disso, as creches e “afterschool” também são serviços bem comuns e vastamente utilizados pelos papais irlandeses. Se você já é da área da educação ou da saúde no Brasil, vale a pena tentar uma vaga nesses espaços.

Cafés e restaurantes

Restaurantes, cafés e lanchonetes oferecem diferentes funções e, consequentemente, vagas de trabalho. Use seu ‘currículo europeu’ para conseguir uma vaga.  © Lightfieldstudiosprod | Dreamstime.com

Dublin tem se tornado uma capital gastronômica, com uma enorme variedade de cafés e restaurantes, que vêm atraindo cada vez mais a atenção do público. Como o movimento desses estabelecimentos também cresce muito durante o verão, esse é o momento para se buscar uma vaga nesse setor.

Barista (quem faz os cafés), waiter/waitress (garçom/garçonete), floor staff (quem recolhe copos e limpa das mesas), cashier (caixa), waiting staff (recepcionista) e os próprios cleaners, são algumas das funções necessárias para o bom funcionamento de um estabelecimento do setor alimentício.

Por esse motivo, sempre vai haver rotatividade e novas vagas surgindo nesse segmento. Vale avisar que muitas vezes, alguns cafés e franquias exigem que o candidato apresente experiência prévia ou algum curso específico, como o de Barista, onde você aprende a usar as máquinas de café.

Uma das grandes vantagens de trabalhar em restaurantes é a gorjeta, as famosas tips. Há muitos relatos de intercambistas que conseguem pagar a maior parte das contas mensais apenas com as gorjetas dos clientes.

Lojas

Saiba como procurar uma vaga para trabalhar como assistente de vendas em lojas com seu ‘currículo europeu’.  © Photographerlondon | Dreamstime.com

Esse setor se prepara para um aumento no fluxo de clientes em períodos como verão e Natal. Assim, para atender a demanda, muitas possuem vagas abertas para a contratação de funcionários temporários para trabalhar meio período ou, até, integral.

Portanto, se essa é a sua área de interesse, vale ficar atento aos sites de grandes marcas, já que essas geralmente realizam o recrutamento online. Também não deixe de visitar as ruas de comércio e shopping centers para entregar o seu “currículo europeu” em mãos, principalmente aquelas que tiverem uma plaquinha dizendo que precisam de sales assistant, shop assistant ou salesperson.

Hotelaria

O trabalho de housekeeper, camareira, é bastante comum para meninas intercambistas em Dublin.  © Katarzyna Bialasiewicz | Dreamstime.com

Com o aumento do fluxo de turistas em hotéis e hospedarias nas principais cidades do país, consequentemente esses locais precisam de mais funcionários para as áreas de atendimento ao cliente, como recepcionista, camareiro, garçons, entre outras atividades.

Quem quiser exercer a função de camareiro, muitas vezes deve fazer um curso preparatório para a atividade, chamado Housekeeping. Vale avisar, também, que essa atividade é, na maioria das vezes, realizada por mulheres. Além disso, tem a fama de ser um trabalho extremamente braçal e cansativo, é preciso estar preparado.

Pubs

Saiba quais são as principais funções requisitadas em um pub.  © Serhii Bobyk | Dreamstime.com

A procura por bartenders também cresce bastante nessa época do ano. Além disso, muitos pubs têm vagas abertas para a posição de floor staff, que, como contamos ali em cima, consiste basicamente em recolher copos e manter o ambiente organizado.

A melhor maneira de se candidatar para essas vagas é comparecer pessoalmente aos bares e pubs com seu “currículo europeu” para verificar se estão contratando. A rotatividade também costuma ser bem alta, o que faz com que as vagas sempre pipoquem por aí, principalmente nos finais de semana, quando os pubs ficam mais busy.

Foi chamado para uma entrevista? Saiba o que fazer

A primeira coisa que você deve fazer é ler o “job description” de cabo a rabo para entender sobre a vaga. Se possível, pesquise sobre a empresa em questão e conheça os valores e requisitos que eles costumam esperar da equipe.

Em todas as entrevistas, você vai se deparar com estas três perguntinhas básicas:

  1. Tell me about your experience / Go through your CV
  2. Tell me what you know about the company
  3. Tell me what you know about the position

As entrevistas aqui na Irlanda são, geralmente, do tipo “competency based questions”. O que isso significa? O recrutador ou funcionário vai fazer perguntas com o objetivo de avaliar o comportamento do candidato, assim como as capacidades e experiências. A intenção é prever futuros comportamentos a partir de ações já tomadas em situações vividas. As questões são planejadas de modo a serem obtidas respostas que contenham “contexto, ação e resultado”.

Dessa maneira, respostas que deixem a desejar nesses quesitos são consideradas vagas e imprecisas. Essas perguntas começam, geralmente, com “Tell me about a time when you….”, “Have you ever encountered a time when…”, “How would you solve it?” ou ainda “Explain how you….”

Você pode achar exemplos na internet ao pesquisar no Google as seguintes palavras: “example of competency based questions”.

Não prolongue o final das respostas, seja curto e direto. Tentar se estender pode fazer com que você se enrole e arruíne o que estava fluindo perfeitamente bem. Se o recrutador sentir necessidade de mais informação, ele não hesitará em fazer mais perguntas.

Sempre treine no espelho ou com um amigo, pois o importante é você repetir as respostas em inglês até elas saírem de forma quase que automática para que você não engasgue na hora “H”. Entrevistas são sempre estressantes, não tem como fugir. Mas quando se está bem preparado, tudo fica mais fácil.

Aviso: muitas vezes o primeiro contato do recrutador com o candidato ou a própria entrevista de emprego pode acontecer por telefone. Pode bater um desespero, principalmente para aqueles que não dominam o inglês ainda, então é preciso se preparar bem para se expressar bem e não cometer gafes. Dá uma olhada nesse vídeo atualizado do E-Dublin, onde o Edu  mostra na prática como é feita uma entrevista de emprego em inglês na Irlanda:

Próximos passos para sua viagem

Você pode começar o próximo passo do seu planejamento de intercâmbio pelo mundo.  Que tal continuar pesquisando sobre essa ideia?  Encontre dicas ótimas no nosso guia especial para vários países do mundo.

E se você precisa de ajuda para encontrar uma agência de intercâmbios, temos o Orçamento Fácil, que auxilia na comparação de preços em serviços de qualidade.

O edublin tem ótimas opções de ebooks sobre faculdade e intercâmbio na Irlanda, cidadania europeia, cursos sobre trabalho e carreira no exterior.

Se destaque no LinkedIn!

Curso completo pra te ensinar a atrair recrutadores e conseguir um emprego


,

Veja também

Como montar um currículo para a Irlanda


Este artigo foi útil?

Você tem alguma sugestão para a gente?

Obrigado pelo feedback! 👋

O que ver em seguida

Cadastre-se em
nossa newsletter

Seu email foi cadastrado.

Cadastrar outro email