Imigração (Parte 1): Novas regras para estudantes estrangeiros na Irlanda, gentileza ou necessidade?

Ávany França

14 anos atrás

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Photograph. Bryan O'Brien

Cowen e o ministro da Justiça, Dermot Ahern durante anuncio das novas regras. Photograph: Bryan O’Brien/The Irish

Nada é de graça e o governo irlandês não está sendo bonzinho para com a classe estudantil estrangeira. A nova estratégia governista vai inflar os cofres do governo em pelo menos 1,2 bilhão por ano, além da tentativa de galgar alguns degraus no ranking internacional de universidades.

A meta é num prazo de cinco anos (2015)  aumentar o número de universitários estrangeiros de 17mil para mais de 25mil. Já nas escolas de línguas o número deve saltar dos atuais 100 mil para 120 mil. No grupo de cursos full time, pesquisas e pós graduação a estratégia é alcançar pelo menos 35% das cadeiras, contra o atual número de 25%.

No discurso de anuncio da nova estratégia chamada, “Investing in Global Relationships”, o primeiro ministro Brian Cowen ressaltou a importância de se atingir uma educação globalizada, assim como acontece em outros setores. Reforçou ainda a importância de potencializar a Smart Economy e foi enfático ao afirmar que a nova diretriz tem dois objetivos claros. Contribuir para alavancar a adormecida economia e atender as metas de alto nível educacional.

O que na verdade retrata uma realidade já conhecida do governo, que na década de 1960, quando ainda era considerado o quintal da europa, se valeu da promessa de proporcionar educação de qualidade e uma população jovem e vibrante. Só que naquela época os jovens estavam motivados com as perspectivas de um boom econômico, agora, os jovens estão simplesmente desacreditados e imigrando para outros países.

Outro ponto que deve-se levar em consideração é a perda consecutiva de status das universidades irlandesas frente as demais. No The QS World University Rankings, a Trinity e a University College Dublin, cairam da 43 para 49 e da 89 para 108 posição, respectivamente. E isso afeta diretamente a estratégia do governo de firmar-se  como país forte em fornecer mão de obra do mais alto patamar. Ora, as empresas que tem sido atraídas para se estabelecer em solo irlandês, estão confiantes que essa mão de obra qualificada existe, e como justificar se no ranking internacional a Irlanda não para de perder status? E quanto a previsão de evasão de mais de 40mil jovens que irão deixar o país nos próximos anos? E quanto ao baixo desempenho dos irlandeses nas áreas de exatas, no último Leaving Certificate?

A própria Trinity passou por um processo de cortes de funcionários e também no volume de pesquisas, além do próprio reitor, John Hegarty afirmar que a queda no ranking já era esperado. Outro ponto crucial para a empreitada do governo é o fato do ranking internacional valorizar a presença de estrangeiros nas universidades analisadas.

Então pessoal, encarem as mudanças como positivas, pois em suma elas são, mas não esqueçam que o governo irlandês não está fazendo nenhum favor a nós, brasileiros ou qualquer outra nacionalidade que pretende ocupar uma cadeira acadêmica em solo irlandês.

Parte 2: Em breve, o que mudou?

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Ávany França, Jornalista por profissão, já passou por editorias de moda, gastronomia, história e turismo. Uma vida sem desafios não foi desenhada para essa baiana de Salvador. Amante das viagens, coleciona mais de 80 destinos no passaporte. Quer saber mais? Corre porque até você terminar de ler esse perfil já terei alguma novidade.

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