Intercâmbio para pessoas com deficiência é possível?

Intercâmbio para pessoas com deficiência é possível?

Larissa Fontes

1 ano atrás

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Intercâmbio para pessoas com deficiência é possível? A resposta é direta e reta: é claro que sim!

É claro que sair do país, jogar-se num mundo novo e desconhecido para aprender uma nova língua já um desafio por si só. E esse desafio pode ser acentuado para estudantes com necessidades especiais. Mas, independente da limitação, vamos provar que o intercâmbio é, sim, um sonho viável para pessoas com deficiência.

Vamos entender mais sobre intercâmbio para pessoas com deficiência.

Intercâmbio para pessoas com deficiência

5,7% da população estudantil de ensino superior na Irlanda tem algum tipo de deficiência. Imagem: Free Images

Intercâmbio para pessoas com deficiência: 5,7% da população estudantil de ensino superior na Irlanda têm algum tipo de deficiência. Imagem: Free Images

De acordo com a Association for Higher Education Access and Disability (AHEAD), 12.630 estudantes com deficiência estão matriculados nas instituições de ensino superior na Irlanda. O número representa 5,7% da população estudantil do país e vem crescendo significativamente desde 2016.

Para a professora Mara Temi, especializada em ensino para pessoas com necessidades especiais, um dos maiores desafios da inclusão é a falta de conhecimento e treinamento dos profissionais e das instituições de ensino.

Desde de 2016 ensinando inglês para alunos internacionais em Dublin, Mara conta também que seu estudo em Specific Learning Differences (SpLD) aponta que muitos alunos se sentem desconfortáveis em dividir suas dificuldades em sala de aula e pedir ajuda. Esse fenômeno, segundo Mara, é um outro grande obstáculo no processo de ensino.

“Esses bloqueios não estão indo embora, na verdade eles estão aumentando. O mundo está lutando para ser um lugar mais inclusivo, e a educação deve se esforçar mais para acompanhar esses passos”, explica Mara.

Como é fazer intercâmbio sendo uma pessoa com deficiência

Nós já contamos por aqui a história do Paulo Rogério, o brasileiro que sofreu uma lesão medular após uma cirurgia de baixo risco aqui em Dublin e ficou paraplégico. Hoje, mais de 2 anos depois do erro hospitalar, conversamos novamente com ele para saber como foi a adaptação à nova vida.

Para Paulo, Dublin se mostra uma cidade muito bem adaptada para cadeirantes, principalmente quando se trata do sistema público de transporte. Por outro lado, ele aponta as acomodações e a estrutura das construções como um ponto negativo para quem tem alguma deficiência motora, especialmente no centro da cidade.

“Eu demorei para encontrar uma casa dentro das minhas condições. Aqui, a maioria das casas tem escadas e instalações muito antigas. O mesmo acontece nas escolas. Eu não pude continuar frequentando as aulas na escola onde eu estava matriculado, pois ela não oferecia uma estrutura para cadeirantes. Apenas um degrau na entrada já é suficiente para tornar a escola inacessível”, explica Paulo.

Leia também: Dublin é uma cidade acessível para deficientes?

“Não tenha medo! Prepare-se para conseguir conquistar seus sonhos”

O deficiente auditivo Felipe Fiori conseguiu um emprego na área após 4 meses morando na Irlanda. Imagem: Arquivo Pessoal

O deficiente auditivo Felipe Fiori conseguiu um emprego na área após 4 meses morando na Irlanda. Imagem: Arquivo Pessoal

O técnico em informática Felipe Fiori, que é deficiente auditivo, comunicou as escolas onde estudou previamente sobre sua condição e foi muito bem recebido pelos professores e funcionários. Felipe começou seu intercâmbio na Irlanda em 2018 e conseguiu um trabalho na sua área de formação em Galway.

“Eu já sabia ler e escrever em inglês, mas vim aperfeiçoar minha pronúncia e conversação. Os professores tentam falar mais devagar comigo para que eu entenda melhor as palavras”, conta.

Para Felipe, a deficiência auditiva não é um empecilho para o intercâmbio.

“Não tenha medo! Prepare-se para conseguir conquistar seus sonhos sem desistir nunca. Antes de sair do Brasil, tenha certeza do que você quer alcançar com a experiência”, aconselha.

As cidades mais acessíveis do mundo

Londres é considerada uma das cidades mais acessíveis do mundo. Imagem: Pixabay

Londres é considerada uma das cidades mais acessíveis do mundo. Imagem: Pixabay

Antes de fazer as malas e se jogar no intercâmbio, é preciso escolher bem o destino. Para pessoas com deficiência, é importante investigar se as cidades são bem equipadas e preparadas no quesito acessibilidade.

De acordo com o site americano Oyster, especialista em viagens, quatro cidades se destacam nesse ponto. A pesquisa foi feita com base na experiência, nos feedbacks e nas resenhas profissionais deixadas no site. Anota aí quais foram as campeãs:

Seattle, EUA

Um dos principais motivos de a cidade de Seattle aparecer na frente de outros destinos mais populares dos Estados Unidos é o bom planejamento das linhas de metrô. Diferentemente de Nova York e Boston, por exemplo, que apresentam instalações mais antigas, Seattle já foi inteiramente construída dentro de padrões mais modernos da acessibilidade.

Montreal, Canadá

A segunda cidade mais populosa do país tem um ótimo sistema integrado de metrô, de acordo com o Oyster. No total, são 7 estações completamente acessíveis para pessoas com deficiência. Além disso, as principais atrações turísticas de Montreal são equipadas para receber visitantes com necessidades especiais.

Las Vegas, EUA

Las Vegas é altamente turística, conhecida pelos cassinos e vida noturna agitada, mas também apresenta uma rede de transportes e serviços totalmente adaptada. Além disso, a maioria das acomodações e atrações são acessíveis.

Londres, Reino Unido

Um dos destinos favoritos dos intercambistas e mochileiros, a capital da Inglaterra foi a primeira cidade urbanizada do mundo. Mas nem por isso ela parou no tempo. Londres pode, até, parecer antiga por conta da arquitetura que esbanja história, mas é considerada uma das cidades mais atualizadas quando o assunto é acessibilidade.

Bolsas de estudo para pessoas com Deficiência

Alexander Graham Bell Association – Estados Unidos

Para estudantes de dentro e fora dos EUA, a bolsa é altamente competitiva e serve para aqueles com deficiência auditiva que desejam cursar o ensino superior no país. Confira os pré-requisitos, prazos de inscrição e outros detalhes para concorrer.

UCL – Reino Unido

A University College London oferece um auxílio para estudantes deficientes internacionais. Para ter o suporte, o aluno deve primeiro participar do processo seletivo e ser aceito na instituição. O próximo passo é comprovar a deficiência, seja ela física, seja intelectual, e como isso afeta o aprendizado.

Microsoft DisAbility Scholarship

A empresa de tecnologia que dispensa apresentações oferece bolsa de estudos para alunos do Ensino Médio de qualquer nacionalidade. Os estudantes devem ter interesses em graduação das áreas de Tecnologia, Negócios ou Direito. Aqueles que forem convocados pelo programa receberão um auxílio de 5 mil dólares.

Associações e órgãos que ajudam deficientes na Irlanda

National Disability Authority

Disability Federation of Ireland

National Council of the Blind of Ireland

Association of Higher Education Access and Disability

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Larissa Fontes, Jornalista, geminiana e curiosa. Dona de uma mente inquieta num corpo semi-sedentário de 20 e poucos anos. Sobrevive à base de café, música alta e papos de boteco.

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